A Câmara dos Deputados realizou nesta quarta-feira (28) o seminário Racismo Ambiental e Transição Energética Justa para discutir assuntos relacionados aos constantes eventos climáticos que estão ocorrendo no país em razão do aquecimento global e das mudanças climáticas.
Solicitado pela deputada federal Dandara Tonantzin (PT-MG) e pelo deputado federal Nilton Tatto (PT-SP) o seminário busca discutir sobre política públicas que venham colaborar com as populações e territórios da cidade, do campo, das águas e das florestas, em todos os biomas e regiões brasileiras que tem convivido com esses tipos de desastres.
“Mesmo sendo global, os impactos produzidos pelas excessivas chuvas, deslizamentos, ondas extremas de calor e secas acompanham a estrutura social desigual — de classe, raça e gênero — atingindo de forma nefasta populações negras, periféricas, territórios tradicionais, indígenas, quilombolas e camponeses em todo o país”, diz o requerimento da deputada Dandara.

A deputada converso com o Poder Delas e falou sobre a importância o seminário e destacou que o evento faz parte da Virada Ambiental que está sendo realizada na Câmara dos Deputados.
“Há um elemento racial, há um elemento da pobreza ao perceber que quem sofre quando a encosta desce são pessoas negras e pobres; quem fica preocupado se vai chover pouco se vai ter seca e a plantação não vai dar alimento são as pessoas negras e pobres; quem fica preocupado se vai chegar em casa e seu barraco não vai ter descido numa encosta são as pessoas negras”, afirma a deputada.
De acordo com Dandara, o racismo ambiental se configura pelo fato de que as práticas ambientais, os crimes ambientais não acontecem com todas as pessoas da mesma forma.
“O racismo mobiliza também esse marcador de desigualdade a partir da questão ambiental. Então, a gente precisa reconhecer que o racismo ele é complexo e, por isso, organiza relações de poder na sociedade”, explica Dandara.
O seminário também abordou a transição energética justa, que segundo a deputada, pode ser definido da seguinte forma: “uma transição energética que concilie o desenvolvimento econômico, social e a questão ambiental e que considere o sujeito dos territórios como sujeito de direitos.”