A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Vera Lúcia Santana, diz que ter sido vítima de racismo durante evento ocorrido, na última sexta-feira (16), no prédio onde funciona a Comissão de Ética da Presidência da República. A ministra, que era uma das convidadas para falar no seminário sobre ética no serviço público, disse que, assim que chegou na portaria, duas atendentes que lá estavam disseram que ela não estava na lista. Vera Lúcia então declarou que era ministra substituta do TSE e apresentou a carteira funcional.
“Nenhuma delas sequer pegou a carteira para ver nada, e uma delas ficou dizendo que eu deveria ligar para a organização. É uma humilhação, porque é um desprezo, um destrato que te leva para uma situação de indignidade pessoal”, disse a ministra em entrevista à imprensa.
Depois, de todo o constrangimento, a ministra informa que as mulheres chamaram um segurança, a quem ela também teria tentando se apresentar como ministra do TSE, mas também não foi reconhecida. Em seguida, foi preciso buscar uma pessoa da equipe de da organização do evento, o que conseguiu fazê-la entrar.
De acordo com a ministra, nenhum agente público estava envolvido no imbróglio, apenas pessoas terceirizadas do prédio.
Ontem (21), o advogado-geral da União, Jorge Messias, pediu à Polícia Federal a abertura de uma investigação sobre o episódio de racismo contra a ministra, por meio de ofício ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.
“Houve uma recusa de me ver como uma pessoa digna”, afirmou Vera Lúcia.