A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pede a perda o mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e sua condenação a dez anos de prisão foi questionada pela parlamentar que disse, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (15), que está sofrendo perseguição política por parte da Corte.
“Quando a gente tem 1 milhão de votos, coloca um foco na nossa cabeça. A discrepância da Justiça é tanta que faz a gente desacreditar da política”, disse Zambelli. “Ainda que a decisão seja injusta, eu vou seguir. Se acontecer de ter a prisão, eu vou me apresentar. Mas meus médicos são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia”, completou a deputada.
Zambelli foi condena pela primeira turma do STF em razão de sua participação – ela nega – na invasão do site invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023. Além da parlamentar, o colegiado também condenou o hacker Walter Delgatti a oito anos de prisão. Os dois também terão que pagar juntos uma indenização de R$ 2 milhões.
Ainda sobre sua situação de saúde, Zambelli disse na coletiva que possui uma síndrome rara, chamada Ehlers Danlos, além de problemas cardíacos e depressão.
“Esse problema de saúde meu também tem sido prejudicado por conta de todo esse estresse. Eu estou pegando vários relatórios dos meus médicos e eles são unânimes em dizer que eu não sobreviveria à cadeia. A gente vai apresentar isso num momento oportuno”, afirmou.
A deputada ainda pode recorrer da situação, o que, segundo sua defesa, ela irá fazer. Portanto, a perda do mandato da parlamentar e sua prisão em regime fechado, em tese, só ocorreria depois que terminasse todos os recursos, o que não ainda não tem um data para acontecer.
Veja abaixo a nota divulgada à imprensa pela defesa de Zambelli nesta quinta-feira (15).
“A defesa da deputada Carla Zambelli novamente externa sua irresignação, não somente pelo voto proferido que arbitrariamente julgou procedente as acusações, mas especialmente pelas inúmeras nulidades desprezadas e cerceamento de defesa ocorrido. Além disso, apesar do enorme respeito que se tem para com os Eminentes Ministros da 1ª Turma da Suprema Corte, inadmissível que o processo não tenha sido submetido a julgamento presencial ou virtual com a possibilidade de sustentação oral na presença dos julgadores, bem como, que ainda não tenha sido disponibilizada ao menos audiência com os integrantes da Turma julgadora para que a defesa possa apresentar memoriais e externar pontos importantes do processo. Absolutamente injusto que a Deputada tenha sido julgada e condenada sem provas irrefutáveis e induvidosas, ainda mais por fatos que desconhecia, como por exemplo os alvarás falsos que o mitômano Walter fez para seu primo e terceiras pessoas. Saliente-se que jamais se deixará de acreditar na Justiça e se espera que algum dos Ministros possa pedir vistas e examinar todos os argumentos lançados pela defesa e, futuramente, modifique o rumo sugestionado pelo Relator”.