A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática, Marina Silva, participou, nesta quarta-feira (23), do programa de TV, Sem Censura, onde falou sobre os preparativos para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), a ser realizada em Belém (PA), em novembro deste ano. Conforme destacou a ministra, a COP30 será uma espécie de “convenção das convenções” de tudo que já foi discutido sobre o clima e o meio ambiente nas últimas três décadas.
“Elas [as convenções] nascem no Rio de Janeiro, em 1992. 33 anos se passaram e nós estamos debatendo o que fazer para fazer o controle da mudança do clima. E o que a conferência vai fazer? Vai dar continuidade ao debate dos últimos 33 anos, com uma diferença: até agora, era a gente discutindo o caderno de regras, o que fazer, como fazer, quais são as estruturas que precisam ser criadas”, disse a ministra. “Agora não tem mais conversa. Agora é implementar o que já foi decidido”, completou.
A COP30 será um evento de repercussão mundial. De acordo com estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número de pessoas que devem passar pelo evento será de mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da Conferência. Deste total, aproximadamente 7 mil compõem a chamada “família COP”, formada pelas equipes da ONU e delegações de países membros.

Para Marina Silva, será o momento ideal para discutir ações que deverão ser implantadas em todo o mundo nos próximos anos a fim de diminuir as agressões ao meio ambiente e ajudar a combater o desequilíbrio climático.
“A gente precisa triplicar energia renovável, duplicar a eficiência energética, fazer a transição para o fim do desmatamento e de combustível fóssil, de forma justa e planejada, e, ao mesmo tempo, viabilizar recursos que é na ordem de R$ 1,3 trilhão para poder fazer essa transição ajudando os mais vulneráveis”, salientou a ministra.
Marina lembrou ainda que, de todos os processos que estão sendo realizados, tanto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto pelo secretário Guterres (António Guterres – secretário-geral das Nações Unidas), estão de acordo com o chamado Balanço Ético Global, que, segundo ela, busca ouvir em cada continente, a opinião de mulheres, de jovens, de populações tradicionais, de empresários, cientistas, filósofos, artistas de diferentes formas e de diferentes lugares.
“A gente vai ter que assumir, planejar, ter um cronograma de ação, ter uma agenda de investimento climático num contexto difícil que é o contexto geopolítico em que as pessoas decidiram fazer guerras umas com as outras, fazer guerra tarifária, em vez de fazer guerra contra a pobreza, contra o crime, contra a mudança do clima, contra a fome”, garante Marina Silva.
Veja abaixo quais serão os principais temas discutidos pela COP30:
- Redução de emissões de gases de efeito estufa.
- Adaptação às mudanças climáticas.
- Financiamento climático para países em desenvolvimento.
- Tecnologias de energia renovável e soluções de baixo carbono.
- Preservação de florestas e biodiversidade.
- Justiça climática e os impactos sociais das mudanças climáticas.