As manifestações destinadas a marcar os atos do Abril Vermelho – evento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) destinados à luta pela reforma agrária – ocorrem em todo o país e devem se ampliar no decorrer do mês. A ação de hoje (15) em Recife (PE) foi marcada por uma tragédia envolvendo um trabalhador sem-terra que foi atropelado por um carro enquanto participava da marcha Abril Vermelho.
“Um carro atropelou, propositadamente, militantes do MST que participavam da marcha do Abril Vermelho no Recife, agora pela manhã. As informações são de que um militante, de 70 anos, está em coma. Outro dirigente foi atingido pelo veículo, mas passa bem”, informa a senadora Teresa Leitão (PT-PE).
O “Abril Vermelho” surgiu para marcar a realização da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, organizada em todo o país, para reafirmar a luta pela terra no país e ressaltar sua importância na busca da implantação de um projeto de reforma agrária que desenvolva o campo, no sentido de viabilizar a produção de alimentos saudáveis e combater à fome.

A senadora lembrou que o episódio ocorrido hoje em Recife é mais uma demonstração de que a sociedade ainda não está preparada para conviver com manifestações mesmo que estas sejam pacíficas.
“Isso é inaceitável. É um crime que precisa ser apurado e punido com máxima agilidade e eficiência. Toda minha solidariedade às vítimas e ao Movimento”, declarou a senadora. “Respeito e justiça é o que esperamos e vamos exigir”, concluiu.
O MST também se manifestou sobre o ocorrido. Em nota, o movimento disse que as violências sofridas pelos militantes serão apuradas e que as todas as medidas cabíveis para buscar saber que foi o responsável serão tomadas. A nota diz ainda que a marcha teve autorização da Autarquia de Trânsito e Transporte (CTTU) e da Polícia Militar estadual, e que “seguia respeitando as sinalizações das autoridades locais”.