A fundadora e presidente do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Tânia Ziulkoski, disse ao Poder Delas que mesmo com todos os avanços e conquistas obtidos pelas mulheres no âmbito da política, ainda há muito o que se fazer. Ziulkoski participou, nesta tarde de terça-feira (20), da abertura da XXVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, que vai até o dia 22, no Centro Internacional de Convenções do Brasil.

Fundado em 2017 para defender e incentivar as mulheres a participarem da política, o MMM tem como objetivo central possibilitar que mais mulheres tenham voz e visibilidade no municipalismo brasileiro.

A fundadora e presidente do Movimento Mulheres Municipalistas (MMM) da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Tânia Ziulkoski (D) – Foto: Poder Delas

“Nascemos justamente para a gente incentivar a participação da mulher na política. Acho que nesses oito anos nós já conseguimos motivar muitas mulheres para chegar até o dia de hoje. Nosso objetivo é lutar por espaço das mulheres e conseguir defender os nossos direitos e, principalmente, lutarmos contra o feminicídio”, disse Ziulkoski ao Poder Delas.

A fundadora do MMM também comentou sobre a crescente participação feminina nos debates públicos e destacou sua importância para a melhoria na elaboração de políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida da população em geral.

Foto: Poder Delas

“Acreditamos que através do exemplo, da perseverança e da superação é que podemos fazer mais e fazer a diferença na política. Desde a fundação do movimento registramos um crescimento do número de eleitas em todos os cargos. Por isso, a conquista é muito tímida porque pelos os esforços empreendidos merecem mais vitórias”, afirma Ziulkoski.

Outro ponto destacado pela fundadora do MMM foi com relação à presença feminina nas eleições municipais do ano passado. Segundo ela, houve um crescimento de Prefeitura e Câmara de Vereadores ocupadas por mulheres, mas o total ainda estaria abaixo do esperado.

Segundo Ziulkoski, nas eleições passada, dos 5.569 municípios brasileiros, apenas 734 elegeram mulheres para o cargo de prefeita, e 1.070 tiveram mulheres eleitas como vice-prefeitas. Já o número de vereadoras eleitas em todo o país chegou a 10.603.

Foto: Poder Delas

“A cada eleição estão sendo quebrado os recordes. Desde a fundação do movimento registramos um crescimento do número de eleitas em todos os cargos. Por isso, a conquista é muito tímida porque pelos os esforços empreendidos merecem mais vitórias”, explica a fundadora do MMM.

Ziulkoski, é uma das idealizadoras da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca assegurar mais direitos para as mulheres na vida pública, pois, segundo ela, de nada adianta as cotas impondo a participação de mulheres na política se ainda a mulher não tem a proteção garantida para cuidar das famílias e da saúde física e emocional. A PEC apresentada assegurar às mulheres agentes políticas – prefeitas, vereadoras, governadoras, deputadas estaduais ou federais, senadoras e secretárias ou ministras de Estado e ainda presidente da República –, o direito ao gozo de licença-gestante, férias remuneradas e 13º salário.

 “A luta contra as barreiras apresentadas aos avanços das mulheres nos cargos de chefia ainda precisa ser ampliada e contar com engajamento de muitas outras instituições”, ressalta Ziulkoski.