A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) usou usas redes sociais para se pronunciar a respeito do Dia Internacional contra a LGBTFobia, celebrado no dia 17 de maio. De acordo com a deputada, a discriminação com essa parcela da sociedade ainda é algo que chama atenção não somente a nível nacional – já que o Brasil, segundo a deputada, é o país que mais mata pessoas LGBT no mundo –, mas também no âmbito internacional, pois, segundo Salabert, em 69 países a homossexualidade ainda é crime.

“Infelizmente, nós pessoas LGBT ainda temos que lutar para descriminalizar e despatologizar as nossas identidades. Vamos lembrar que, nós pessoas travestis e transexuais, até 2018, éramos consideradas pelo OMS um transtorno mental”, afirma Duda Salabert.

Em alguns casos, a discriminação contra o público LGBT+ é ainda mais cruel, como o caso do Irã, onde a punição para o homossexualismo é a pena de morte. “6 países a punição é a pena de morte. No Irã, duas mulheres foram condenadas à morte por serem lésbicas. E até hoje, nós pessoas trans, fazemos parte do CID – Classificação Internacional de Doenças”, lembra a deputada.

Salabert criticou também a postura do Congresso Nacional que, segundo ela, nunca votou uma lei favorável às pessoas LGBT+.     “O Congresso é omisso ao fato do Brasil ser o país que mais mata pessoas LGBT no mundo.”

A pauta defendida por Salabert tem respaldo em pesquisas, como a feita pelo Observatório do Grupo Gay da Bahia (GGB), a mais antiga organização não governamental da causa na América Latina, que constatou um crescimento de 13,2%, em 2024, no número de mortes violentas de pessoas LGBT+ no Brasil. De acordo com o observatório, o Brasil teve 291 pessoas da comunidade LGBT+ mortas no ano passado, 34 a mais que em 2023, quando o país registrou 257 casos.

“Neste contexto de crise, é urgente eleger uma bancada LGBT”, diz Salabert se referindo à formação de bancadas de parlamentares no Congresso Nacional.

A deputada lembra ainda que não bastando a violência contra as pessoas LGBT+, elas ainda sofrem a com postura anticientífica, conhecida por “cura gay”, que, segundo a deputada, mesmo sem comprovação científica, ainda vigora no país.

“No Brasil, o congresso continua omisso, e o governo federal não construiu nenhuma política pública para enfrentar o preconceito, a violência e ódio contra nossa comunidade. Em 17 de maio de 1990, a OMS deu um passo histórico ao deixar de considerar a homossexualidade um transtorno mental”, ressalta a deputada.