A participação da mulher no campo político é uma preocupação suprapartidária. Seja no campo da esquerda, do centro, ou da direita, o debate em torno deste assunto é o mesmo: precisa-se de mais mulheres na política. O assunto ganhou força este ano, já que, no Senado, está sendo votado o novo Código Eleitoral, que pretende, entre outros temas, estipular um piso para a participação feminina na política partidária.
Neste sentido, a deputada federal Greyce Elias (Avante-MG) lembra que, assim como os homens, as mulheres são “essenciais na política” e precisam compor os Poderes constituídos, uma vez que também são a maioria da população (51,5%) e do eleitorado (52%) brasileiro.
“Temos uma visão sensível, holística e orientada por propósito. Não fazemos por fazer: tem que ter sentido, tem que transformar”, argumenta Elias.

A deputada também ressalta que, mesmo havendo muitas iniciativas em prol do público feminino nos últimos anos, sua presença na vida pública ainda é baixa. Ela cita um levantamento feito pelo Congresso Nacional em que mostra atual legislatura, onde apenas 91 mulheres são deputadas, ou seja, 17,7% da Casa, e 16 mulheres são senadoras, o que corresponde a 19,8% do Senado.
“O nosso país precisa de mais mulheres com coragem para se candidatar e ocupar espaços de decisão. Eu me alegro em estar hoje nesse lugar de fala como deputada federal. Mas esse é só o começo”, diz Elias.
Pela proposta do novo Código Eleitoral, haverá reserva para as mulheres de 20% das cadeiras nos legislativos. Porém, as penas que hoje existem para partidos que deixarem de cumprir a execução de cotas para mulheres, devem cair. Atualmente, máximo e mínimo de candidaturas por sexo é de 70% para homens e de 30% para mulheres. O texto também criminaliza a violência política contra as mulheres.